Fragilização do psiquismo em tempos de precarização do trabalho

Kátia Barbosa Macêdo

O trabalho é considerado como constituinte identitário e psíquico importante. A pandemia acelerou o processo de precarização das relações de trabalho. Em decorrência da crise econômica, milhões de trabalhadores buscaram o trabalho uberizado, que pressupõe exploração e a total falta de comprometimento com a saúde do trabalhador. A OMS indica que houve um aumento de casos de transtornos mentais e suicídios, sinalizando uma fragilização psíquica da população. O objetivo do estudo foi analisar o impacto do trabalho uberizado na subjetividade do trabalhador. Foram realizadas 30 entrevistas com trabalhadores uberizados, utilizou-se a análise clínica do trabalho embasada na Psicodinâmica do Trabalho. Os dados indicam que a adesão ao trabalho uberizado decorre do desemprego e da situação de crise econômica. As condições e relações de trabalho descritas apontam perda de direitos trabalhistas, falta de acesso à seguridade social, gestão via algoritmos. Os trabalhadores se submetem às condições precarizadas que comprometem sua saúde.

Kátia Barbosa Macêdo

Expediente
REVISTA MINEIRA DE PSICANÁLISE
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais – SBPMG
Filiada à International Psychoanalytical Association – IPA

Volume 8. 2025
ISSN Nº 2236-8973

Editor: Leonardo Siqueira Araújo (SBPMG)
Conselho Editorial:
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Cecilia Cruvinel Colmanetti (SBPMG)

Revisão e Diagramação
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