O presente texto tem por objetivo trabalhar a interseccionalidade entre os princípios que norteiam o extrativismo ambiental e racial, que tem por agente operador o povo branco, com sua insana tirania, que implica no colapso da compaixão. Visando dar sustentabilidade a essa proposição dividimos nas especulações metapsicológicas em três tempos. No primeiro, abordamos o intercruzamento entre as problemáticas do (1) narcisismo, com suas identificações idealizantes; (2) a concepção antropológica freudiana da horda primeva à horda fraterna, essa constituída exclusivamente por homens brancos e com seus desdobramentos na permanência de fragmentos do pai da horda na raiz primitiva do Super-Eu, sendo este o responsável pela instauração da lei de um pai não castrado, com seus postulados individualistas e supremacistas. Encerrando esta primeira metade do escrito, retomamos a (3) intrigante questão da Weltanschauung construída a partir dessas compreensões da constituição do indivíduo e do ordenamento social. Num segundo tempo, retomamos o pensar freudiano e sua visão de mundo, caracterizada pelo antagonismo, entre nossa ordem cultural e a natureza, para, por fim, chegarmos ao debate acerca do existir violentamente da branquitude e seu compromisso, por vezes inconsciente, com o fim da espécie humana. Contudo, indo além desse cenário catastrófico, assinalamos possíveis saídas em prol de um novo tempo a partir das cosmovisões marcadas pela força do coletivo, dos povos quilombolas e dos povos originários.
Expediente
REVISTA MINEIRA DE PSICANÁLISE
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais – SBPMG
Filiada à International Psychoanalytical Association – IPA
Volume 8. 2025
ISSN Nº 2236-8973
Editor: Leonardo Siqueira Araújo (SBPMG)
Conselho Editorial:
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Cecilia Cruvinel Colmanetti (SBPMG)
Revisão e Diagramação
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Secretária da SBPMG
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