A Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais é filiada à Federação Brasileira de Psicanálise (FEBRAPSI) e à Federação Psicanalítica da América Latina (FEPAL), além de componente da International Psychoanalytical Association (IPA), sendo a única instituição em Minas Gerais a oferecer formação psicanalítica nos padrões exigidos pela IPA.
A IPA – International Psychoanalytical Association, com sede em Londres, foi fundada pelo criador da Psicanálise, Sigmund Freud, em 1910, juntamente com o primeiro grupo de estudiosos interessados no conhecimento deste método de investigação dos processos mentais. Freud patrocinou a criação dessa associação internacional com o objetivo de integrar as sociedades psicanalíticas então existentes, normatizar a formação de futuros analistas e evitar distorções e descaminhos na psicanálise, com a expansão de sua prática. Esta associação – a IPA, é o organismo que coordena em todo o mundo, o movimento psicanalítico dos membros que são seus filiados, reunidos nas Sociedades componentes e Grupos de Estudo.
Em julho de 2008, o antigo Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte – NPBH, fundado em 1993 e filiado à Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro – SPRJ, passou à condição de Study Group, tornando-se o Grupo de Estudos Psicanalíticos de Minas Gerais – GEPMG, filiado diretamente à IPA. Após 7 anos de muito desenvolvimento institucional, em 2015, com o apoio do Sponsoring Committee (Comitê da IPA), conquistamos o título de Provisional Society e passamos a chamar Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais – SBPMG, no 49º Congresso da IPA, realizado em Boston (EUA), com a presença de nosso então presidente, Dr. Sérgio Kehdy. Como Provisional Society, somos assessorados pelo Liaison Committee da IPA.
História da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais
O movimento que gerou a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais – SBPMG – nasceu da persistência do Dr. Sebastião Abrão Salim, médico psiquiatra, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, interessado em psicanálise, e de seu desejo em ser psicanalista. Durante anos, Dr. Salim ministrou cursos de psicoterapia psicanalítica, introduziu a psicanálise no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG, com grupos de discussão de casos, e supervisões individuais e coletivas. Iniciou sua formação na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (sede Brasília), vindo a completá-la na Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro – SPRJ, e nunca deixou de acalentar o sonho de fundar em Belo Horizonte uma instituição filiada à IPA.
A oportunidade surgiu quando em 1988 convidou o Dr. Sérgio Kehdy, que havia terminado a sua formação psicanalítica na SPRJ, para se mudar para Belo Horizonte. O Dr. Sérgio chegou na condição de Membro Associado, e os dois começaram a trabalhar no sentido de criar um Núcleo Psicanalítico ligado à Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro. Durante cinco anos, tempo necessário para que conseguissem as promoções necessárias para se titularem como Analistas Didatas, organizaram cursos, promoveram eventos, além de manterem contatos frequentes com a SPRJ, com o objetivo de sensibilizarem seus membros sobre a importância de colocar Belo Horizonte no circuito da Psicanálise como a entendiam.
Nesse período contaram com a colaboração de dois colegas que muito ajudaram. Foram eles: Jannê de Oliveira Campos, que promoveu, por conta própria, vários eventos para os quais convidava analistas ligados à IPA, que vindo a Belo Horizonte, mostravam uma forma de trabalhar diferente, e divulgavam a ideia da criação de um Núcleo de Formação; e o Dr. Flávio José de Lima Neves, influente analista local, que abraçou a causa e divulgou, em seus concorridos cursos, a ideia de uma formação nos moldes da IPA, o que trouxe grande parte das pessoas que constituíram a primeira e a segunda turmas do Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte – NPBH.
A ideia de um Núcleo em Belo Horizonte foi assumida por alguns analistas importantes da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro – SPRJ, merecendo destaque: a Dra. Maria da Paz Manhães, uma das fundadoras da SPRJ, e que doou para o NPBH parte de sua biblioteca, com obras raras e fundamentais da Teoria Psicanalítica, biblioteca que hoje leva o seu nome; e o Dr. Victor Manoel Andrade, que tomou a frente, e não poupou esforços para conseguir oficializar o Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte junto à SPRJ e à IPA. Importante também foi a participação da Dra. Edna Pereira Vilete, que vinha mensalmente a Belo Horizonte para coordenar cursos, e que muito ajudou a sedimentar o desejo das pessoas por uma formação psicanalítica nos moldes da IPA.
Nesse período, mudou-se para Belo Horizonte, a Dra. Clemilda Barbosa de Souza, analista didata da SPRJ, e que por influência do Dr. Sérgio Kehdy, se juntou ao grupo, passando a se dedicar à criação do Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte.
Naquela época, com três didatas, tornava-se possível conseguir o patrocínio científico da SPRJ para que se iniciasse um polo de formação psicanalítica em Minas Gerais, segundo os padrões da International Psychoanalytical Association, tendo sido constituído o Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte – NPBH – em março de 1993. Sua primeira diretoria foi formada por Sebastião Abrão Salim (Presidente), Sérgio Kehdy (Secretário) e Clemilda Barbosa de Souza (Tesoureira).
A primeira turma foi composta por doze candidatos. Alguns deles não chegaram ao final da formação, mas a maioria permaneceu. Hoje são psicanalistas e concluíram seus seminários clínico-teóricos em 1997. Iniciaram a primeira turma: Adelaide Rocha Silva, Alcy Cabral Souza de Gouvêa, Adriana de Fátima dos Santos Meira, Eliane de Andrade, Helena Campos Lamassa, Jannê de Oliveira Campos, Maria Cristina Dias, Márcio Henrique Salim, Marília Macedo Botinha, Reginaldo Henrique dos Santos, Rosália Lage Martins Bicalho, Rossana Nicoliello Pinho e Simone Facure Lopes.
Em julho de 2000 iniciaram-se os seminários da segunda turma do NPBH, composta de seis candidatos, e sua conclusão deu-se em julho de 2005. Esta turma era formada por: Lélio Márcio Dias, Maria Letícia Capanema (falecida em 2003, durante a formação), Marise Maria de Souza, Roberval Neves Chaves, Paula Linhares de Andrade e Thereza Cristina Paione Rezende.
A formação psicanalítica do Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte (NPBH) era ministrada pelo Instituto de Ensino de Psicanálise da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ), segundo seus padrões, dentro das exigências da IPA, através da vinda de seus docentes a Belo Horizonte para coordenar seminários às turmas de formação. As análises didáticas eram feitas com os analistas didatas aqui residentes, e as supervisões, em parte com os mesmos, e em parte com os didatas do Rio de Janeiro. A partir de 2001, os membros docentes do ainda NPBH passaram a dividir com os docentes da SPRJ os seminários teóricos e clínicos. Durante sua trajetória, o Núcleo Psicanalítico contou com três comissões coordenadoras instituídas pela SPRJ. A primeira comissão foi coordenada pelo Dr. Victor Manoel Andrade; a segunda pelo Dr. Jaques Vieira Engel, e a terceira pela Dra. Maria Eliana Mello Helsinger, que contaram com a colaboração de outros membros docentes da SPRJ na avaliação dos trabalhos dos candidatos do NPBH.
Em 1997, dois outros analistas com formação na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), Mário Lúcio Alves Baptista e Gisèle de Mattos Brito, integraram-se ao NPBH, e associaram-se à SPRJ. Em 2001 juntou-se a nós Maria da Penha Zabani Lanzoni, também membro da SBPSP e, pouco mais tarde, Edna Pires Guerra Torres, membro da SPRJ. Durante esse tempo, psicanalistas formadas já pelo Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte foram qualificadas como membros associados, efetivos e docentes da SPRJ. Foram elas: Jannê de Oliveira Campos, Rosália Lage Martins Bicalho, Marília Macedo Botinha, Eliane de Andrade, Thereza Cristina Paione Rezende, Rossana Nicoliello Pinho e Maria Cristina Dias.
Finalmente, em julho de 2008, na reunião do BOARD da IPA, realizada em Porto Alegre, sob a direção de seu Presidente Dr. Cláudio Laks Eizirik, o Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte (NPBH) foi admitido como “Study Group” da IPA, passando ao novo status de Grupo de Estudos Psicanalíticos de Minas Gerais – GEPMG. O Sponsoring Committee designado pela IPA para acompanhar o GEPMG foi formado pelo Dr. Luiz Carlos Mabilde (Chair) e pela Dra. Diana Vazquez Guijo de Canovi e, posteriormente, pela Dra. Gleda Brandão Coelho Martins Araújo. Esta nova etapa de desenvolvimento ocorreu, em especial, pela iniciativa e pelo trabalho da colega Eliane de Andrade, auxiliada pelos colegas Sérgio Kehdy e Edna Torres, componentes da Diretoria do biênio julho 2006/2008, e incentivada, na ocasião, pela coordenadora Maria Eliana Helsinger.
Em agosto de 2009 teve início a formação psicanalítica da 1ª turma do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Minas Gerais – GEPMG, coordenada pelo seu próprio Instituto de Psicanálise, e conduzida pelos psicanalistas aqui residentes, sob a supervisão direta da IPA, através de seu Sponsoring Committee. Após 7 anos de intensa atividade institucional e mais duas turmas de formação em andamento, em 2015, com o apoio do Sponsoring Committee, conquistamos o título de Provisional Society e passamos a chamar Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais – SBPMG, no 49º Congresso da IPA, realizado em Boston (EUA), com a presença de nosso então presidente, Dr. Sérgio Kehdy. Como Provisional Society, fomos assessorados pelo Liaison Committee, composto pela Dra. Gleda Brandão Coelho Martins Araújo e Dra. Nilde Franch.
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais – SBPMG é composta de 11 Membros Efetivos e 13 Membros Associados. Seu Instituto de Psicanálise conta com 10 Analistas Didatas, 15 Docentes. A 4ª e 5ª turma finalizaram os seminários teóricos e clínicos em 2023 e a 6ª turma de formação, composta por 5 candidatos, iniciou os seminários teóricos clínicos em fevereiro de 2022. A maioria dos membros pertence a alguma Comissão, e todos colaboram nas atividades internas, docência e eventos científicos
Dando continuidade a sua história, a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais em sua trajetória, marca presença no cenário da psicanálise mineira e brasileira com força e influência no pensar psicanalítico e no desenvolvimento científico promovendo uma formação psicanalítica de qualidade e eventos científicos nacionalmente reconhecidos.